Cada vez mais, empresas têm utilizado soluções em nuvem para armazenar seus dados. Enquanto isso, informações – muitas vezes sensíveis – circulam pela internet e as ameaças de ciberataques se tornam uma preocupação cada vez maior para os gestores de TI. Exemplos de empresas que já tiveram seus dados roubados ou expostos na web não faltam.
No final de 2022, uma falha na configuração de uma VPN permitiu um ataque hacker a servidores de hospitais e empresas de saúde pública nos Estados Unidos. O resultado? Dados confidenciais de pacientes foram roubados e, após, comercializados na Darknet. Um único registro era vendido por até US$ 60 (R$ 318).
Mas você sabe o que é uma VPN? Neste artigo, vamos explicar o conceito e como funciona essa ferramenta, que, quando bem configurada, oferece uma camada importante de proteção e privacidade para o tráfego de dados das empresas.
VPN é a sigla para Virtual Private Network – que significa redes virtuais privadas, em português. Como o nome sugere, a VPN é uma ferramenta que oferece proteção aos dispositivos durante a navegação na internet, garantindo privacidade e segurança no tráfego de dados.
Para que isso seja possível, a VPN cria uma espécie de “túnel privado” por onde as informações são enviadas de um ponto a outro sem o risco de exposição na internet. Este caminho é criptografado e mesmo que alguém tivesse acesso ao conteúdo, não conseguiria interpretá-lo.
Mas não só as informações enviadas e recebidas que ficam protegidas. Com uma VPN, dados de navegação, como as páginas acessadas e ações que o usuário realiza na web, também são criptografados. Dessa forma, não é possível monitorar o comportamento online.
Outra função interessante é que a VPN oculta, “mascara”, a localização e o endereço de IP (Internet Protocol) do dispositivo. Isso acontece porque, antes de chegar à internet, a conexão passa por servidores remotos, que estão espalhados em diversos locais do mundo. O dispositivo fica “anônimo” na rede, o que torna ainda mais distante a chance de sofrer um ciberataque.
A VPN funciona em algumas etapas. Primeiro, é preciso ativar o cliente de VPN, um aplicativo que fica instalado no próprio dispositivo (computador ou celular). Nesse momento, os dados são criptografados e só então passam pelo provedor de internet.
Depois, acontece a conexão com o servidor de VPN e, a partir daí, o tráfego de dados fica ainda mais protegido, já que é o endereço de IP do servidor de VPN que está exposto na internet, não o do seu dispositivo.
Como analogia, podemos dizer que a VPN funciona de maneira semelhante a outra ferramenta que faz parte do nosso dia a dia: a criptografia de ponta a ponta do WhatsApp. Por meio dela, as mensagens, fotos, vídeos, áudios, documentos, atualizações de status e chamadas são protegidos para que somente remetente e destinatário consigam acessá-las.
Por outro lado, ao navegar sem uma VPN, a conexão fica desprotegida. O endereço de IP fica exposto e os sites também conseguem reunir dados sobre a sua navegação e sobre o que você está fazendo online. Nesse caminho, hackers e pessoas mal intencionadas também têm acesso facilitado às informações.
Uma boa VPN deve oferecer recursos básicos, como:
O uso de VPN é altamente recomendado como uma das camadas mais básicas de segurança digital para as empresas. Como já mencionamos, a ferramenta garante proteção de dados, privacidade e segurança durante a navegação na internet.
O contexto de trabalho remoto exige segurança extra com os dados que circulam online. Por isso, uma das principais aplicações hoje em dia é para garantir a proteção da comunicação entre usuários que estão atuando de forma remota e o escritório-sede da empresa. Ou, ainda, na troca de informações entre matriz e filiais, por exemplo.
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Ainda pensando em um contexto de trabalho remoto, a VPN permite que dispositivos possam se conectar tranquilamente à redes públicas de Wi-Fi, sem receio de que dados corporativos possam vazar ou ser monitorados. Dessa forma, os usuários podem utilizar a internet de aeroportos, hotéis, cafés e restaurantes sem maiores preocupações.
Vale ressaltar que o uso de VPN não fica restrito a desktops e computadores. A ferramenta pode – e deve – ser configurada também em dispositivos móveis, especialmente celulares corporativos que são utilizados para troca de informações via internet.
Como mencionamos, a VPN é uma ferramenta que garante proteção dos dados durante a navegação online, porém, é apenas um dos mecanismos essenciais de defesa que uma empresa precisa contratar. Junto com o firewall e o antivírus, a VPN forma um composto de três camadas de segurança.
Cada uma das ferramentas tem características e funções distintas. Enquanto a VPN, por meio de criptografia, protege o endereço de IP e o tráfego de dados durante a navegação na internet (ambiente externo), o firewall atua como a primeira barreira de proteção para a rede local de uma empresa.
O firewall age como intermediário do tráfego externo com a rede interna, principalmente a internet, autorizando apenas a passagem de dados e informações reconhecidas como seguras. Ele identifica e libera o acesso somente para usuários e fontes autorizadas, impedindo que softwares maliciosos infectem dispositivos e a rede.
Por fim, se uma potencial ameaça passar pela VPN e também pelo firewall, ela ainda encontrará o antivírus – a última camada na linha de defesa. O antivírus é um software instalado direto nos dispositivos, que monitora, identifica e elimina ameaças em tempo real, antes que elas infectem arquivos ou o próprio sistema operacional.
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Após conhecer como funciona uma VPN, suas aplicações e vantagens, não tenha dúvida de que essa é uma ferramenta essencial para a segurança digital da sua empresa. No mercado, existem diversas opções de VPN – pagas e também gratuitas.
Naturalmente, as versões gratuitas oferecem certas limitações nos seus recursos. Além disso, seu funcionamento costuma ser mais lento e a conexão não é tão segura quanto nas ferramentas pagas. Sendo assim, para empresas, recomenda-se o uso de VPNs pagas, já que costumam ser ilimitadas, oferecendo mais proteção e disponibilidade.
O número de ciberataques cresce a cada dia e o investimento em ferramentas, projetos e ações segurança digital tem sido uma tendência de TI nos últimos anos. Por isso, a grande dica é: adote quantas medidas foram necessárias para proteger os dados e as informações da sua empresa.
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Por
Amanda Born
Analista de Conteúdo na VC-X Solutions, apaixonada por futebol e pelo Grêmio, trilheira nas horas vagas