Saiba como funciona a internet e qual o caminho que ela percorre até chegar na sua casa ou na sua empresa, conectando você com o mundo
Na última década, a evolução da Internet acelerou exponencialmente a livre circulação de dados e informações, bem como permitiu conectar o mundo todo em tempo real, revolucionando a forma como nos relacionamos, fazemos compras, estudamos, trabalhamos, pesquisamos – e nos divertimos.
Essa história começou lá nos anos 60, como uma rede militar, acadêmica e científica para transmissão de dados sigilosos, com interfaces nada amigáveis.
Mas como a Internet virou a tecnologia que conhecemos hoje, que conecta 4,66 bilhões de pessoas ao redor do globo, ou 59,5% da população mundial? E como ela funciona? É que vamos conferir nesse post.
No início dos anos 60, no auge da Guerra Fria, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos começou a planejar a criação de uma rede de comunicação que não deixasse os Estados Unidos vulneráveis, no caso de um ataque dos soviéticos ao Pentágono.
Para isso, foi idealizada uma rede de computadores ligada por meio de conexões independentes, de uma maneira em que se uma das conexões ou computadores fossem eliminados, os outros poderiam continuar a troca de informações.
Dessa forma surgiu, em 29 de outubro de 1969, a rede mãe da Internet. Batizada de ARPANET, ela conectava quatro grandes computadores na Universidade da Califórnia (UCLA) em Los Angeles e em Santa Bárbara, no Stanford Research Institute e na Universidade de Utah.
Portanto, em seus primeiros dias a Internet era usada apenas por cientistas da computação, engenheiros, professores e bibliotecários que precisavam aprender comandos e sistemas complicados e nada intuitivos para utilizar a rede.
Desde então, novas tecnologias foram desenvolvidas rapidamente para transformar e popularizar a Internet. Porém o jeito que ela funciona permanece basicamente o mesmo. Hoje, ela continua uma rede que conecta computadores e garante que eles permaneçam conectados, não importa o que aconteça.
Alguns dos marcos mais importantes na história da rede mundial de computadores:
Antes de entendermos como a Internet funciona e como ela chega até os dispositivos na sua casa e sua empresa, é preciso esclarecer esse ponto.
Foi a partir do início dos anos 90 que a palavra Web, traduzida do inglês como teia, popularizou-se como o nome para a rede mundial de computadores ou World Wide Web. Mas existe uma diferença entre esses dois conceitos.
A Internet, formada hoje por bilhões de dispositivos interconectados, representa a espinha dorsal da Web. Ou seja, ela é a infraestrutura tecnológica, enquanto a Web é um dos protocolos que usa essa rede para a troca de dados.
Imagine na sua empresa, onde você tem computadores e notebooks que precisam trocar dados entre eles. Para isso, é preciso conectá-los através de cabos de rede ou conexões sem fio por meio do WiFi e Bluetooth. Isso pode ser feito de maneira relativamente simples e fácil, no caso de duas ou três máquinas.
Porém, à medida que incluímos outros dispositivos, configurar uma rede local torna-se uma tarefa cada vez mais complexa. Afinal, cada computador incluído precisa conectar-se com todos os outros, aumentando exponencialmente o número de cabos e conexões necessárias.
A solução para esse problema foi criar o roteador, um pequeno computador que centraliza e distribui o tráfego de pacotes de dados dentro de uma rede local. Dessa forma, cada dispositivo exige somente uma conexão com o roteador, que liga todos computadores entre si.
Sendo assim, é possível conectar roteadores com outros roteadores e escalar uma rede local infinitamente. Mas isso não é a Internet, afinal os computadores e roteadores se comunicam somente entre si, sem ter acesso a outras redes.
Como isso é feito então?
Para a internet chegar até a sua empresa e conectar dispositivos à rede mundial de computadores, o sinal trafega pelas redes de quatro agentes envolvidos:
O Provedor de Serviço de Internet (Internet Service Provider – ISP, em inglês) é quem fornece a conexão entre a rede da sua empresa ou residência à internet. No Brasil, são empresas como Claro, Vivo e Oi, por exemplo.
Além dos provedores mais conhecidos no mercado nacional, vale citar também os provedores locais e regionais (ou prestadoras de pequeno porte – PPP). Segundo relatório da Anatel, essas empresas cresceram 21,1% nos últimos 12 meses e alcançaram em junho de 2021 a marca de 15,0 milhões de acessos, o que corresponde a 40,3% do mercado.
A conexão utiliza a rede telefônica, fibra óptica, sinais de rádio ou satélite para conectar sua rede local com o provedor. Para ligar as redes entre si, formando o que chamamos de Internet, é preciso um modem.
Para consultar quem é o seu ISP, você pode acessar o site www.whoismyisp.org.
Provedores de Acesso são empresas ou entidades que mantêm e disponibilizam a infraestrutura de telecom necessária para que os ISPs possam se conectar à Internet. Elas fazem isso contratando o sinal de um backbone.
Diferente do Provedor de Serviço, o Provedor de Acesso não oferece somente uma conexão de internet para seus usuários finais, mas também outros serviços de rede, como acesso a e-mail, registro de nome de domínio, hospedagem de sites e serviços de data center.
Um dos provedores de acesso mais conhecido no Brasil é o UOL, mas as empresas de telecom como Tim, Vivo e Oi também desempenham esse papel.
É a rede principal da Internet, formada por poucos backbones ao redor do mundo, responsáveis pelo envio e recebimento de dados entre diferentes localidades, que permite que os Provedores de Acesso consigam se conectar com servidores em todos os países. No Brasil, o maior backbone pertence à Embratel.
Por meio de uma infraestrutura descentralizada, o backbone oferece um alto desempenho e mais flexibilidade para acessar qualquer rede conectada à Internet, distribuindo mensagens e pacotes de dados por meio dos protocolos TCP/IP.
Protocolos TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol, em português Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de Internet) são um conjunto de normas que permitem que máquinas conectadas à internet “conversem” entre si.
Os protocolos TCP/IP garantem o padrão de qualidade para uma transmissão mais consistente e confiável, em todos os tipos de dispositivos, não importa de onde esteja sendo acessado.
É dessa forma que os usuários conseguem acessar qualquer domínio na Internet para fazer reuniões, postar em blogs e redes sociais, enviar e receber mensagens, baixar e subir arquivos, fazer compras e pesquisas, entre outras atividades.
O usuário final recebe o sinal de Internet do seu Provedor de Serviço (ISP), mas também envia dados a cada requisição, que navegam de volta para o ISP, depois para o Provedor de Acesso e por fim até o backbone, onde o processo começa novamente até o destino digitado.
Para isso, o protocolo TCP/IP, que já citamos, é responsável por verificar a integridade dos dados transmitidos e dividi-los em milhares de pequenos blocos, chamados pacotes de dados. São esses pacotes que tornam possível que vários usuários acessem o mesmo endereço ao mesmo tempo. Do contrário, somente uma pessoa por vez poderia baixar os dados, o que tornaria a experiência bem mais demorada para todos.
Para que os pacotes cheguem rápido no destino certo, eles são anexados ao IP (Internet Protocol), que é o endereço de identificação de cada computador de uma rede, composto por uma série de números separados por pontos, como por exemplo: 67.205.161.131.
Claro, o IP é uma excelente forma dos computadores se encontrarem, mas imagine decorar esses números para acessar todos os sites que você quer? Para facilitar as coisas nós utilizamos os nomes de domínio, bastando digitar o endereço “www.”
Essa tecnologia é baseada no Servidor de Nome de Domínio (DNS), que são servidores especiais que identificam e traduzem o endereço digitado em um navegador (como “google.com”) para o IP do site.
Imagine, por exemplo, que você quer baixar um PDF em um site que está hospedado em um servidor na Inglaterra. Depois de digitar o nome de domínio do site, seu sinal será direcionado ao IP onde ele está hospedado, pelo caminho Provedor de Serviço > Provedor de Acesso > Backbone.
O servidor do site, lá na Inglaterra, recebe a requisição do download e então o backbone do seu Provedor de Acesso, vai se comunicar com o backbone do site inglês, que fará o mesmo caminho. Assim o arquivo PDF será transferido até o seu dispositivo, atravessando o Oceano Atlântico em segundos. Você sabe como isso acontece?
Os cabos submarinos são fundamentais para que a transmissão de dados entre os backbones aconteça. Como o próprio nome já diz, os cabos são instalados no fundo dos oceanos. Atualmente, eles são produzidos em fibra óptica (os mais antigos eram de cobre) e possuem um revestimento especial, extremamente resistente.
Os cabos conectam países e continentes, sendo responsáveis por 99% das comunicações transoceânicas feitas no mundo (com 80% desse volume dedicado à Internet), segundo Nicole Starosielski, autora do livro Undersea Network.
Isso porque, o sinal dos cabos submarinos não é afetado por tempestades, chuvas ou ciclones e o tráfego de dados através da fibra óptica é até 1.000 vezes mais rápido do que nos satélites. Além disso, a latência dos cabos de fibra óptica – ou seja, o tempo que um pacote de dados leva para ser enviado pelo dispositivo de origem e chegar ao dispositivo de destino – é muito menor.
No site Submarine Cable Map é possível visualizar o mapa da rede mundial de cabos submarinos.
Em junho deste ano, foi inaugurado o primeiro conjunto de cabos ligando o Brasil ao continente europeu: o EllaLink. Com mais de 6 mil quilômetros de extensão, a estrutura traz como benefício uma menor latência de conexão, já que antes as informações enviadas a partir do Brasil precisavam passar pelos Estados Unidos antes de chegarem na Europa.
A tecnologia dos cabos submarinos é fundamental para o funcionamento da internet nos dias de hoje, além ter uma importância econômica e estratégia para a cooperação entre os países. O EllaLink, por exemplo, deve favorecer pesquisas e estudos colaborativos entre Brasil e Portugal. Segundo o engenheiro em telecomunicações José Marcos Camara Brito, serviços como telemedicina e monitoramento de dados — como os da atmosfera, do clima, dos mares e do meio ambiente — ficam melhores com a conexão mais rápida.
O 5G promete revolucionar a Internet e o mercado com uma série de novos dispositivos, produtos e serviços e muito mais qualidade e velocidade de conexão. Por isso, no âmbito da Gestão de TI, é hora de avaliar sua operação, o mercado e seus concorrentes, e pensar no que pode ser feito de um jeito fácil com o uso de tecnologia e inovação.
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Por
Ulysses Dutra
Redator, jornalista e músico, aficionado por tecnologia & inovação, geopolítica e rock’n’roll/blues/funk/reggae/samba/soul