Enquanto você lê este artigo, há um hacker tentando invadir os seus sistemas de TI ou captar seus dados de telecom. Parece assustador, não é mesmo? E é. Para se ter uma ideia, só em 2024, o Brasil foi alvo de 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Esse número colocou o país na liderança do ranking latino-americano dos mais visados por cibercriminosos (38,73%), seguido de México (35,22%), Colômbia (8,72%) e Peru (4,94%). Apenas por essa introdução já dá para perceber que a segurança digital empresarial deve estar no topo da sua lista de prioridades, certo?
O fato é que as tentativas não diminuirão. Ameaças antigas, tais quais phishing, malware e roubo de credenciais, agora se somam aos recursos de IA para criação de vídeos falsos ou vozes sintéticas como táticas de invasão.
Entretanto, existem maneiras, algumas delas bem simples, de reforçar a segurança digital empresarial. Reunimos, neste artigo, seis práticas que você pode aplicar hoje mesmo. Veja um resumo do que você encontrará por aqui:
Celulares corporativos, colaboradores utilizando seus próprios dispositivos ― política chamada de Bring Your Own Device (BYOD) ― e diferentes softwares contratados são somente alguns dos alvos de ataque que podemos citar como os mais comuns. Afinal, quanto maior a superfície, mais pontos de entrada os cibercriminosos têm à disposição.
Logo, a redundância é a maior aliada da segurança digital empresarial. Ou seja, ainda que antivírus e firewalls sejam imprescindíveis, diferentes estratégias devem ser aplicadas. Veja, abaixo, as dicas que separamos para você.
A VPN (Virtual Private Network ou, em português, Rede Virtual Privada) é uma ferramenta que garante o envio de dados criptografados de ponta a ponta, sem riscos de exposição na Internet. Dessa forma, mesmo que cibercriminosos encontrem uma brecha de segurança, eles não conseguem interpretar as informações.
Saiba em detalhes: VPN: o que é e como funciona?
Isso acontece porque a VPN criptografa os dados antes que eles passem pelo provedor de Internet. Ainda há mais uma camada de segurança, uma vez que antes de chegarem ao destino, passam pelo servidor VPN, que mascara o IP. Logo, o número IP que fica exposto não é o do seu dispositivo, e sim o do servidor contratado.
Leia também: IPv4 e IPv6: o que são e a importância da migração para segurança
Ainda que exista uma política de senhas fortes, sozinhas, elas podem não ser suficientes para garantir a segurança digital empresarial. Afinal, ataques de força bruta são capazes de conseguir “desvendar” a senha. Na verdade, esse fato já é conhecido desde a década de 80, quando a autenticação de dois fatores (2FA) foi criada para adicionar uma segunda camada de proteção aos dados.
Provavelmente, você conhece ― e até usa ― esse recurso. Nele, para acessar os sistemas ou contas, o usuário precisa mais do que apenas a palavra-chave. Reconhecimento facial ou biométrico, envio de códigos via SMS ou para um e-mail secundário são algumas das maneiras pelas quais a 2FA garante que o usuário é confiável.
Embora pareça simples, uma pesquisa do Google comprovou a eficácia desse método. No momento em que o segundo fator é o SMS, o sistema bloqueia 100% dos bots automatizados, 96% dos ataques de phishing em massa e 76% dos ataques direcionados. E os resultados tornam-se mais expressivos quando a maneira escolhida são os avisos no dispositivo por meio de um aplicativo autenticador. Nesse caso, a 2FA barra 100% dos bots automatizados, 99% dos ataques de phishing em massa e 90% dos ataques direcionados.
Já falamos aqui no blog sobre a importância do controle patrimonial na gestão de TI e telecom. Agora, se o assunto é segurança digital empresarial, é impossível não mencionar o quão fundamental é ter visibilidade total sobre os seus ativos, tanto hardwares quanto softwares. Licenças expiradas são consideradas portas abertas para que cibercriminosos consigam violar dados, invadir redes, instalar malwares e roubar identidades.
Além de contribuir para uma melhor segurança digital empresarial, manter os softwares atualizados, bem como um inventário de TI robusto, faz com que sua equipe tenha acesso a novos recursos. Inclusive, ficar em dia com os updates contribui para a melhora do desempenho e garante a compatibilidade com as tecnologias mais recentes.
Este é um tópico que não envolve tecnologia, mas sim a cultura da sua empresa. Imagine que um bom budget seja destinado à melhoria da segurança digital empresarial. Os softwares estão atualizados, igual aos antivírus e firewalls. Ainda, foram feitos investimentos na obtenção de uma VNP.
Porém, um dos seus colaboradores, com pouco conhecimento em segurança cibernética, clica, sem pensar duas vezes, em um link que ele pensa ter sido enviado por alguém confiável. Pronto: todos esses esforços foram “derrubados” por um ataque de phishing.
E acredite: até mesmo pessoas do alto escalão podem cometer esse deslize. Em um caso bastante conhecido, um executivo financeiro da Mattel, empresa estadunidense de brinquedos, aprovou uma transação no valor de U$ 3 milhões por acreditar que o pedido vinha do CEO da empresa. Situação semelhante aconteceu com um diretor da FAAC, fabricante de peças de avião. Contudo, aqui, o prejuízo foi bem maior: US$ 56,79 milhões ― e a demissão do funcionário.
Por isso, não minimize a importância do treinamento e de obter uma cultura de segurança digital empresarial forte. Colaboradores bem treinados são a principal barreira contra ataques.
Por fim, outro excelente aliado da segurança digital empresarial é o Mobile Device Management (MDM). Este software permite controlar, proteger, ativar políticas de uso e gerenciar dispositivos móveis, sejam eles smartphones, tablets ou laptops. Isso transforma o MDM em uma excelente ferramenta a fim de proteger as empresas contra acessos não autorizados a informações confidenciais, evitando grandes prejuízos com erros, invasões, ataques e vazamentos de dados.
Ele é particularmente importante para empresas que lidam com equipes externas, sejam aquelas que trabalham em home office ou aquelas cujo trabalho ocorre em campo, tal qual o caso de representantes comerciais. Além disso, o MDM traz outras funcionalidades importantes, como:
Manter os seus backups em dia pode até não prevenir um ataque, mas, certamente, fará toda a diferença caso sua empresa seja vítima de um. Isso pois ter seus dados críticos em um local seguro ajudará a retomar as atividades o quanto antes, minimizando o tempo de inatividade e, claro, os prejuízos financeiros e reputacionais envolvidos nesse tipo de situação.
Portanto, defina uma frequência de atualização e diversifique os locais, físicos ou em nuvem, onde os dados estarão armazenados. Para garantir uma restauração ágil após um incidente, teste com frequência a restauração dos arquivos. Quando o assunto é backup, uma boa dica é aplicar a regra do 3-2-1:
Como você pôde ver ao longo deste artigo, são muitas as opções disponíveis para incrementar a sua segurança digital empresarial. Entretanto, como dito anteriormente, não aposte todas as suas fichas em apenas uma delas. Contar com mais de camada de segurança é essencial para proteger seus dados e, consequentemente, sua operação.
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Sim. Inclusive, as PMEs são os principais alvos justamente por contarem com pouca estrutura de segurança.
Quanto mais camadas de segurança, mais difícil será invadir os sistemas. No caso de falha em uma delas, outra estará ativa para impedir o acesso de cibercriminosos.
Softwares desatualizados são uma porta de entrada bastante comum. Porém, as falhas humanas ainda figuram como as mais danosas em relação à proteção de dados.
Embora esse recurso seja bastante comum, para empresas, é recomendado que seja investido em um serviço pago. Isso porque certas opções gratuitas podem trazer riscos, como a coleta de dados pessoais para fins comerciais ou monitoramento de atividades on-line.
Por
Daniel Curi
Especialista em gestão de Telecom e TI com mais de 10 anos de experiência no setor. Tenho liderado inúmeros projetos voltados a automações nessa área, otimizando processos, trazendo eficiência operacional e ganho de tempo, permitindo que as equipes se concentrem nas atividades estratégicas da organização.