

Como o nome sugere, robocall é uma ligação telefônica feita por robôs. Ela pode conter mensagens pré-gravadas com lembretes de vencimentos, datas de consultas ou avisos que o usuário escolheu receber. Mas, infelizmente, essa tecnologia não tem sido conhecida ― e combatida ― por conta desses serviços bastante úteis.
Se você recebeu alguma chamada que, quando atendida, ficou muda e logo em seguida foi encerrada, você esteve em contato com uma robocall. Isso porque ela também é usada como uma espécie de “prova de vida” da linha e esses poucos segundos (geralmente, até seis) sinalizam que aquele número está ativo.

Para se ter uma ideia do volume de robocalls, de todas as chamadas realizadas no Brasil em abril de 2025, mais de 61% foram feitas por robôs. A tecnologia por trás das ligações automáticas foi desenvolvida para tornar os call centers mais eficientes. Afinal, as centrais automatizadas realizam milhares de ligações simultâneas e, ao conseguir um contato, repassa-se para o operador. Dessa maneira, evita que ele perca tempo discando para números que não darão nenhum tipo de retorno.
O problema é que essa facilidade se transformou, rapidamente, em telemarketing abusivo. Além do incômodo que gera aos usuários, a prática de robocall afeta diretamente a qualidade dos serviços de telefonia. Isso porque o alto volume de chamadas dificulta o gerenciamento das redes e causa o congestionamento da infraestrutura.
Entretanto, não são apenas alguns call centers que têm abusado das robocalls. Infelizmente, elas se popularizaram entre golpistas que usam as chamadas automáticas enquanto porta de entrada para fraudes mais complexas. Um exemplo é o vishing (voz + phishing), técnica de engenharia social que busca informações sigilosas das vítimas, como dados bancários.

Desde 2019, a Anatel trabalha com o objetivo de restringir o telemarketing abusivo e, consequentemente, as fraudes cujo início seja em uma robocall. A primeira medida foi a criação do Não Me Perturbe, que permite ao usuário bloquear ligações indesejadas de telemarketing. Aqui, vale ressaltar que o bloqueio não se aplica a ligações de cobranças, bem como aquelas que visam confirmar dados e prevenir a fraudes. O serviço segue em vigor ― acesse neste link ― e quem não respeitar o bloqueio está sujeito a multas.
Em 2021 foi a vez do código 0303, naquele momento, obrigatório para empresas que realizavam telemarketing ativo. Porém, em agosto de 2025, o prefixo 0303 deixou de ser obrigatório. Isso porque estigmatizou empresas idôneas e não causou impacto significativo contra robocall e spoofing.
Outras medidas incluem a consulta ao site Qual Empresa Me Ligou?. Lançado em 2023, basta digitar o número desconhecido que tentou o contato para saber qual a empresa dona da linha.
Ainda, em agosto de 2025, a Resolução nº 777 determinou que, em até 3 anos, as operadoras deverão autenticar e identificar todas as chamadas por meio do Origem Verificada. Para aqueles que realizam mais de 500 mil ligações por mês, a medida passou a valer já em novembro do mesmo ano.

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Trata-se de uma ligação feita de maneira automatizada (ligação por robôs). Ela serve tanto para transmitir mensagens pré-gravadas quanto para testar se uma linha está ativa.
Não. Algumas robocalls apresentam usos legítimos, tais quais lembretes de consultas ou avisos de vencimentos. Todavia muitas têm sido usadas de forma abusiva.
Além do incômodo, há o risco de golpes, como o vishing, que tenta obter dados pessoais ou bancários por meio de engenharia social. Neste caso, a robocall é somente a porta de entrada para táticas mais complexas.
Desde 2019, a Anatel adota medidas como o portal Não Me Perturbe, o uso do código 0303, o portal Qual Empresa Me Ligou? e a implementação do Origem Verificada.

Por
Rafael Cordeiro
COO e sócio da VC-X Solutions, minha missão é simplificar o universo das telecomunicações para empresas. Com mais de 10 anos de experiência, sou especialista em navegar pelas complexidades do setor, transformando desafios burocráticos com operadoras e órgãos como Procon e Anatel em soluções práticas!