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Infraestrutura

O que é RAN Sharing?

Por Rafael Cordeiro | 09.12.25
Capa do artigo com o título "O que é RAN Sharing?". A ilustração mostra uma torre de transmissão de celular ao lado de um ícone de software com a torre de tranmissão e ambos sobre um fundo azul escuro com um mapa-múndi sutil.

Para poder operar, as empresas de telecom necessitam de uma infraestrutura robusta. As torres e antenas que vemos por aí mostram apenas uma fração de todo o investimento que essa estrutura exige. Agora, imagine que cada uma das operadoras precise ter essa mesma estrutura para atuar em um mesmo local. Inviável, não é mesmo? Tanto em questões físicas, como espaço, quanto financeiras. O RAN Sharing foi a maneira encontrada para driblar esses problemas.

RAN Sharing é o compartilhamento de infraestrutura por diferentes operadoras de telecom. Porém, ainda que utilizem a mesma antena, por exemplo, cada uma atua com seu espectro próprio. Desse modo, as teles reduzem drasticamente os custos de implementação. 

Como é feito o RAN Sharing entre diferentes operadoras

O RAN Sharing pode ser feito de três maneiras. A primeira delas é por meio da arquitetura MORAN (Multi-Operator RAN), a mais simples das formas de compartilhamento de rede entre operadoras. Aqui, elas dividem somente a infraestrutura física de rede de acesso via rádio (RAN, Radio Access Network) e a operadora usa seu próprio espectro de rádio. Já na MOCN (Multi-Operator Core Network), esse espectro também é dividido entre elas.

Por último, temos a arquitetura GWCN (Gateway Core Network) que, mesmo bastante parecida com a anterior, apresenta um nível de compartilhamento ainda maior. Nesse tipo de RAN Sharing, as operadoras compartilham, além da infraestrutura e espectro de rádio, o recurso de MME (Mobility Management Entity ou, em português, Entidade de Gerenciamento de Mobilidade), responsável por gerenciar a mobilidade dos dispositivos dentro da rede.

Infográfico intitulado 'Os principais tipos de arquitetura de RAN Sharing', ilustrado por uma torre de celular. O diagrama lista três tipos: MORAN (Compartilhamento de estrutura), MOCN (Compartilhamento de estrutura física e de espectro de rádio) e GWCN (Compartilhamento de estrutura física, espectro de rádio e MME

As principais vantagens do compartilhamento de rede 

A principal diferença entre os tipos de arquitetura RAN Sharing está na quantidade de recursos que serão compartilhados entre as operadoras de telefonia. Entretanto, todas elas oferecem grandes benefícios, sendo a redução de custo a principal delas. O motivo é simples: toda a estrutura necessária à operação tem seus custos divididos. E isso vale desde a burocracia envolvida nesse projeto e nas obras civis até a aquisição de equipamentos.

Entretanto, essa facilidade para as operadoras também é interessante para os usuários, uma vez que facilita a expansão da cobertura. Isso é especialmente importante quando falamos em áreas com menor demanda ou que são mais restritas em relação à instalação de novas antenas, como é o caso das grandes capitais.

Outro benefício que não fica restrito às empresas de telefonia é quanto à sustentabilidade. Ao compartilhar a rede, o impacto ambiental da operação (emissão de carbono, construção de múltiplas redes etc.) é drasticamente reduzido. O consumo de energia é, inclusive, muito menor quando o RAN Sharing é adotado.

RAN Sharing no centro do debate sobre vantagens competitivas das grandes operadoras 

No Brasil, o RAN Sharing é praticado pela TIM e pela Vivo desde 2020 e as operadoras compartilham as redes 2G, 3G e 4G. Há em curso uma tentativa de ampliação do acordo entre as teles, mas, em outubro de 2025, o Conselho Diretor da Anatel adiou a decisão sobre essa expansão.

Leia também: 6G: já dá para ficar de olho na nova geração de internet móvel?

O julgamento, que trata da análise dos aditivos contratuais, foi suspenso após pedido de vista do conselheiro Edson Holanda. De acordo com ele, deve-se analisar os “impactos concorrenciais e os efeitos sobre políticas públicas de telecomunicações”. Isso porque há o receio de que essa expansão gere uma vantagem desproporcional à Telefônica (controladora da Vivo) e à Tim, prejudicando novos entrantes e concorrentes menores.

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Perguntas e respostas (FAQ)

RAN Sharing é o compartilhamento de infraestrutura de rede de acesso via rádio entre diferentes operadoras de telecom.

Não necessariamente. O nível de compartilhamento varia conforme o tipo de arquitetura adotada — MORAN, MOCN ou GWCN — cada uma com diferentes graus de compartilhamento de recursos.

Entre os benefícios estão a redução significativa de custos de implementação, a divisão de investimentos e de processos burocráticos, bem como a maior facilidade na expansão de cobertura e o menor impacto ambiental.

Sim. TIM e Vivo utilizam RAN Sharing desde 2020 nas redes 2G, 3G e 4G.

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Rafael Cordeiro


COO e sócio da VC-X Solutions, minha missão é simplificar o universo das telecomunicações para empresas. Com mais de 10 anos de experiência, sou especialista em navegar pelas complexidades do setor, transformando desafios burocráticos com operadoras e órgãos como Procon e Anatel em soluções práticas!

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