

Se tem um setor que está sempre na vanguarda quando o assunto é tecnologia, é o de telecomunicações. Entretanto, mesmo que os serviços estejam sempre se atualizando, ainda há alguns pontos que carecem de modernização. O âmbito fiscal é um bom exemplo. Com intuito de corrigir essa discrepância, entrou em vigor, em novembro de 2025, a NFCom modelo 62, que substitui os modelos 21 e 22.
A atualização, obrigatória para empresas que prestam serviços de comunicação e telecomunicações, tem o objetivo de aumentar a integração com o Fisco e promover a digitalização de documentos. Até por isso a NFCom (Nota Fiscal de Comunicação Eletrônica) modelo 62 é exclusivamente digital. Ao longo deste artigo, você entenderá mais sobre essa mudança e, também, compreenderá o que precisa fazer para se adequar ao novo formato.

O primeiro passo, claro, é saber a definição de NFCom modelo 62. Esta está bastante explícita no Manual de Orientação do Contribuinte (MOC–NFCom), disponível no site da CONFAZ:
“documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pela administração tributária da unidade federada do contribuinte.”
A princípio, a NFCom modelo 62 passou a ser obrigatória a partir de 1º de novembro de 2025. Entretanto, o Ajuste SINIEF nº 25, publicado em 9 de outubro de 2025, prevê a possibilidade de prorrogação desse prazo, que passa a ter data-limite em 1º de agosto de 2026.

Como mencionamos anteriormente, a primeira diferença a ser pontuada é que a NFCom modelo 62 é digital, enquanto os modelos 21 e 22 são físicos. Logo, o layout das faturas sofreu algumas alterações.
A disposição das informações sofreu mudanças bastante positivas, visto que, agora, a visibilidade dos itens facilita o entendimento do que está sendo cobrado. Um bom exemplo é em relação à demonstração dos tributos, que passam a ser detalhados por item, não mais por blocos, como era nos modelos 21 e 22.
Na fatura dos clientes, a nota fiscal que antes era detalhada passa a ser resumida. Tanto que, em alguns casos, a mensagem “SEM VALOR FISCAL” pode aparecer.
Entretanto, o relatório detalhado da NFCom modelo 62 estará disponível ao acessar o QR disponibilizado no documento. Junto a ele, você encontrará também opção de consulta via chave de acesso e a identificação da NF.

Como você viu, a finalidade da NFCom modelo 62 é unificar dois modelos usados até então, os modelos 21 e 22. Essa “fusão”, por si só, já é benéfica, uma vez que padroniza, nacionalmente, a prestação desses serviços. Todavia, esse é apenas um dos pontos positivos dessa mudança.
Para quem atua na gestão de notas fiscais, essa é uma das melhores notícias. Como a Nota Fiscal modelo 62 tem ligação direta com a Secretaria da Fazenda (SEFAZ), o número de etapas de preenchimento reduz bastante. Ainda, essa atualização permite a inutilização de arquivos que estejam numerados de forma errada. Assim, a burocracia relacionada à sequência de notas é eliminada.
Os pontos abordados no tópico anterior impactam diretamente no controle contábil e na conformidade da empresa com a legislação. Por esses dados fiscais ficarem centralizados e integrados diretamente com o SEFAZ, auditorias internas se tornam descomplicadas e existe a garantia de conformidade. Como você sabe, estar de acordo com as regras evita problemas, tais quais multas e sanções.
A Nota Fiscal modelo 62 impõe a utilização de uma chave de acesso e assinatura digital, que garante a integridade dos dados. Também, trouxe aprimoramentos importantes dos sistemas informacionais. Dessa maneira, assegura maior proteção contra vazamentos de dados sigilosos.

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O fato de ser uma solução 100% digital, evidentemente, impacta na redução de custos operacionais que envolvem as notas fiscais. Mas isso auxilia não só fisicamente, em razão do uso reduzido de papel ou da necessidade de um espaço menor para armazená-las.
Também, a simplificação da NFCom modelo 62 demandará menos tempo dos profissionais, além de que, ao auxiliar na conformidade fiscal, despesas com sanções não serão mais um problema.
Esses pontos, certamente, terão um grande impacto sobre as empresas de comunicação e telecomunicações. Afinal, a digitalização de documentos traz uma mudança significativa ao modernizar e padronizar esses setores. Porém, sabemos que nem sempre a adaptação é simples. Dessa forma, mostramos abaixo o que seu negócio deve fazer para deixar essa transição mais tranquila.
Para muitos, migrar do modelo 21 ou 22 para a NFCom modelo 62 pode ser um desafio, tanto cultural quanto operacional. E ele pode ser ainda maior quando falamos das Prestadoras de Pequeno Porte (PPP).
Antes de tudo, será necessário garantir que o sistema de gestão (ERP) utilizado seja compatível com o formato atual. Superado o entrave tecnológico, é necessário:
E, igualmente, não esqueça de fazer uma revisão completa dos seus processos. Afinal, as adequações são muitas e é fundamental ajustar o fluxo a fim de fazer uma transição fluida. Já na hora de emitir, fique atento, pois alguns novos campos obrigatórios foram adicionados.
Como você viu ao longo deste artigo, a NFCom modelo 62 traz mudanças importantes, não somente para emissores, mas também para clientes. A transparência do processo é um ponto forte, uma vez que há um detalhamento maior dos serviços, logo, o cliente tem clareza sobre o que está sendo pago. Inclusive, a integração com o Fisco assegura a precisão dos tributos, de modo a evitar erros.
É um documento 100% digital criado para substituir os modelos 21 e 22, utilizados nos setores de comunicação e telecomunicações. Ela tem validade jurídica garantida pela assinatura digital do emissor e pela autorização da administração tributária.
A emissão será obrigatória a empresas que prestam serviços de comunicação e telecomunicação, tais quais: veículos impressos e portais de notícias; provedores de internet e telefonia; emissoras de rádio e TV.
Para modernizar e padronizar o processo fiscal do setor. A medida busca aumentar a integração com o Fisco, reduzir burocracias e fortalecer o controle fiscal.
A NFCom modelo 62 reduz custos operacionais com papel, impressão e armazenamento físico. Além disso, ao diminuir o tempo gasto pelos profissionais e evitar multas por inconformidade, aumenta a eficiência e reduz despesas.
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Por
Rafael Cordeiro
COO e sócio da VC-X Solutions, minha missão é simplificar o universo das telecomunicações para empresas. Com mais de 10 anos de experiência, sou especialista em navegar pelas complexidades do setor, transformando desafios burocráticos com operadoras e órgãos como Procon e Anatel em soluções práticas!