Não é segredo que as novas tecnologias estão reestruturando o mundo das telecomunicações. Entre dispositivos de alto processamento, inteligência artificial, 6G e tantas outras inovações, existe uma tecnologia que vem causando especulações e otimismo no setor: estamos falando do D2D. Na tradução literal, Direct to Device (direto para o dispositivo), esse recurso transmite dados de forma direta entre dois aparelhos, sem passar por uma estação base ou rede central, apenas através de satélite.
Esse novo modo de conexão vem sendo visado pelo mercado, pois tende a descomplicar questões de conectividade, como o acesso em áreas remotas, onde a infraestrutura terrestre limita a comunicação. Zonas rurais e alto-mar são exemplos. A aplicação do D2D deve impactar positivamente outras questões que envolvem as telecomunicações. A comunicação emergencial, em situações de desastres, é um exemplo: onde as redes tradicionais podem ser afetadas, o D2D pode ajudar na conexão com equipes de resgate. A integração com IoT (Internet das Coisas) facilita a comunicação direta entre dispositivos, como, por exemplo, a comunicação entre carros ao trocar de faixa e até entre máquinas em áreas de difícil acesso, como plataformas de petróleo. Além disso, o rastreamento de dispositivos pode ser feito com transmissão de dados em tempo real. Esses são apenas alguns dos pontos que terão grande impacto com a nova tecnologia, mas sua aplicação possui especificações.
Para que a tecnologia Direct to Device possa ser amplamente utilizada em território nacional, algumas medidas precisam ser adotadas. O licenciamento e regulamentação do uso de satélites com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e acordos internacionais são necessários. Afinal os satélites que suportam tecnologias como essa operam em rede global. Aliás, a infraestrutura de satélites deve ser robusta; para isso, é fundamental o apoio de empresas como SpaceX (Starlink), OneWeb ou Amazon Kuiper. Além disso, o desenvolvimento de equipamentos de acesso, para que dispositivos possam se conectar diretamente com os satélites, é crucial. Devem ser consideradas também questões relacionadas à conectividade, segurança e privacidade dos dados.
Em pleno funcionamento, a conexão D2D deve trazer mais eficiência para as redes, com os dispositivos se conectando diretamente entre si, o que tende a descongestionar os servidores. A baixa latência, o uso eficiente de recursos, a redução de alguns custos e as aplicações em IoT, P2P (Peer-to-Peer) e redes de sensores também serão beneficiados. É uma questão de tempo até o D2D se tornar cada vez mais acessível. Será possível observar a evolução na conectividade, o fortalecimento das redes de comunicação e integração, entre outras oportunidades. No entanto, o processo envolve esforços significativos por parte de governos, empresas e órgãos reguladores para garantir uma infraestrutura funcional. Além de regulamentação adequada e segurança dos dados transmitidos.
Desde março de 2024, a Anatel autorizou a realização de testes em ambientes experimentais, liberando o desenvolvimento do D2D em São Luiz – Maranhão. Porém, os resultados não foram os melhores, devido à falta de parcerias sólidas entre as operadoras móveis e as de satélite. Apesar de estar em fase de testes, o Brasil é um dos pioneiros em explorar a tecnologia. Nesse processo, a Anatel está na análise dos aspectos para uma possível implementação mais ampla. Essa realização marcará um novo estágio para telecomunicações no Brasil, principalmente para áreas isoladas.
Com a contínua evolução das tecnologias de satélites e a crescente necessidade de soluções mais eficientes em termos de conectividade. O D2D pode se tornar um dos pilares da próxima geração de redes de comunicação. Resta agora acompanhar como as políticas públicas, o investimento em infraestrutura e a inovação tecnológica vão se alinhar para entregar essa realidade para os usuários. O futuro das telecomunicações passa pelo D2D, e os próximos anos podem ser um divisor de águas. Tanto para as empresas quanto para os consumidores, redefinindo a forma como nos conectamos e interagimos no mundo digital.
Por
VC-X Solutions
Uma plataforma completa para descomplicar a automação, gestão e aquisição de Telecom e TI para empresas